É em uma crise que surgem as grandes mudanças, e estamos no meio de duas grandes crises, o aquecimento global e a crise financeira que acertou em cheio a indústria automobilística.
Talvez por esses motivos nunca se falou tanto em carros elétricos como agora. Segundo o presidente da Renault-Nissan, 10% dos veículos novos vendidos no mundo em 2020 serão movidos a bateria, e o Brasil não está de fora, receberá seus primeiros carros elétricos em 2010, além disso, vários acordos já estão sendo feitos em diversos países para garantir uma rede de abastecimento para esses carros.
Mas, mesmo com tantos investimentos esses veículos ainda precisam superar dois problemas para se tornarem populares e competitivos. Um deles é o preço, geralmente o custo desses modelos chega a ser o dobro de um modelo convencional. O segundo, a autonomia, pois a grande maioria precisa ficar 7 horas na tomada para poder andar 100km. Daria para ir de Recife a Porto de Galinhas, mas não muito mais do que isso!
Por esses problemas o futuro dos carros elétricos talvez esteja em conseguirmos produzir veículos compactos, baratos, feito para as grandes cidades, principalmente porque são nelas onde a poluição e o barulho prejudiquem tanto as pessoas. Outra possibilidade é convivermos com uma tecnologia de transição, os carros híbridos. Esses veículos possuem um motor elétrico e um outro a combustão, assim, quando a bateria descarregar o motor movido a gasolina ou diesel passa a funcionar. Alguns modelos ainda lembram os carros de fórmula 1, conseguindo recarregar as baterias com a energia gerada nas freadas ou descidas. Entre as montadoras que apostam nessa tecnologia de transição, a Toyota é uma das mais bem sucedidas, um de seus modelos, o Prius, já vendeu mais de 1,2 milhão de unidades, somente nos EUA.
Mas a grande mudança viria de fato com o projeto chamado Better Place, projeto esse que cheguei a comentar em Maio desse ano. A idéia é podermos utilizar postos de abastecimento, neles a bateria dos veículos seria trocada em pouco mais de um minuto, vários países já aderiram a idéia, e já possuem postos de troca. O projeto promete ainda baratear os carros para o consumidor final, pois as empresas fornecedoras de baterias prometem subsidiar a produção dos mesmos.
Um exemplo desse futuro dos carros elétricos está em Portugal. Lá o governo fez acordos com a Renault-Nissan e as distribuidoras de combustíveis e energia elétrica. Já existem seis pontos de carregamento de bateria em Lisboa, e até o fim de 2010, existirão mil postos em 25 cidades. O governo também irá contribuir fazendo com que 20% dos novos carros comprados por empresas públicas sejam elétricos.
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